REVISTA DO TRIBUNAL DE CONTAS
ARQUIVO HISTÓRICO
 

HISTÓRIA DO TRIBUNAL DE CONTAS TAMBÉM SE FEZ COM A “POESIA” DAS LETRAS

No Dia Mundial da Escrita à Mão, que se comemorou no dia 23 de janeiro, colocou-se a questão: Haverá ainda lugar para a arte das letras desenhadas num mundo recente e de massificação de tecnologia e dos teclados?

Atualmente entregues em formato digital e por meios eletrónicos, as contas públicas nem sempre foram apresentadas ao Tribunal de Contas desta forma. A História do Tribunal de Contas também se fez com a “Poesia” das Letras desenhadas, tendo a própria prestação de contas sido, durante séculos, uma verdadeira forma de arte, através da caligrafia.

No Arquivo Histórico do Tribunal de Contas encontramos muitos exemplos que o provam, dos quais damos a conhecer dois livros que, pela riqueza dos tipos caligráficos, se destacam dos vários conjuntos documentais.

O primeiro é o Livro de conta corrente de António Xavier Soeiro e seu irmão, Manuel de Sousa Soeiro, como Tesoureiros Gerais das Sisas do Reino e seus depósitos, nos anos de 1752 a 1759.

Trata-se de um livro de contas que se destaca de todos os outros do Arquivo Histórico do Tribunal de Contas, ao integrar manuscritos e numerados 131 fólios - palavra já hoje desconhecida para muitos, mas que se refere ao conjunto de duas páginas de uma folha de papel num livro numerado por folhas e não por páginas.

Fazendo lembrar as iluminuras de outros tempos, o livro apresenta capitais ornamentadas, pintadas a dourado e outras cores, diferentes em cada fólio, e com os característicos registos das receitas (“Devem”), observado no livro à esquerda, e o registo das despesas (“Hão-de haver”), à direita, em cores diferentes.

O segundo livro escolhido é o do Relacionamento do Arquivo da Tesouraria Geral das Tropas das Províncias do Norte e Partido do Porto, com a data de encerramento de 31 de maio de 1826.

Com 101 fólios manuscritos numerados, este livro apresenta dezenas de tipos caligráficos.

Por isso, fica lançado o desafio para conhecer este espólio do Tribunal de Contas: DIA DA ESCRITA À MÃO – ARQUIVO HISTÓRICO DO TRIBUNAL DE CONTAS